terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Os sonhos de dezembro

(por Elano Ribeiro)


Talvez o mês de dezembro seja o mais propício aos sonhos. Refiro-me ao sonhar acordado, de olhos abertos, completamente consciente dos devaneios que revelam nossos anseios, sejam eles pessoais ou profissionais, públicos ou secretos.

Sonha-se: com novos amores – ou com a volta dos antigos –; com mais qualidade de vida; com viagens; com (mais) dinheiro na conta; com a cura de enfermidades (físicas e/ou psicológicas). Promete-se: viver de forma mais intensa, sem se importar com o que os outros irão dizer; não levar a vida tão a sério; ler mais; ouvir mais músicas; ser mais feliz, custe o que custar; iniciar os inúmeros projetos que estão guardados “dentro das gavetas”; perder a hora pelo menos uma vez por semana...

Sonhar em dezembro é diferente. Mesmo que os sonhos sejam os mesmos do ano inteiro. Quase que voltamos a ser como as crianças, que esperam pelo Papai Noel. Digo quase, porque, como “crianças crescidas” que nos tornamos, perdemos a ingenuidade e, infelizmente, já não temos mais tempo para algumas fantasias e magias.

Mas, mesmo tendo a certeza de que Papai Noel não virá nos trazer de bandeja tudo o que almejamos, conseguimos idealizar nossos sonhos através da esperança em dias melhores. E ela, a “esperança”, aflora de maneira mais intensa nos seres humanos, em dezembro.

Curiosamente, dezembro marca o fim e o começo. Ou melhor: o recomeço. O mês do Papai Noel, o último do nosso calendário, representa muito mais um início do que o mês de janeiro, onde realmente inicia-se o novo ano.

Então, que venha dezembro, com as suas portas e janelas abertas para o mundo dos sonhos. Ele chega na próxima semana, e apesar de trazer consigo os últimos dias de primavera, para a maioria de nós, ele vem carregado com a claridade do verão.

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