domingo, 18 de maio de 2008

A morte veste fantasias
(por elano ribeiro)

Eis que chega a morte
Fantasiada de desculpas
- Foi um tiro
- Mas poderia ter sido uma faca
- Ou então uma corda
- Uma overdose de remédios, um lago, uma linha de trem.

Talvez uma fantasia
Mais poética
- Morreu de amor
- Apaixonado
- Triste, pelo amor não correspondido.

Ou ainda, quem sabe,
Uma fantasia heróica
- Morreu lutando
- Defendendo seus ideais
- Um bravo, não se calou perante a morte.

Mas, seja qual for a desculpa
- A dos bravos guerreiros
- A dos poetas apaixonados e sonhadores
- Ou, a dos desesperados, que buscam no suicídio um pouco de paz e descanso,
Ela, morte, nunca terá uma bela fantasia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não, não terá... mas terá o direito de fantasiar? e nós o dever de não a fantasiarmos?
Estava a brincar consigo, caro Elano.
Belíssimo texto, pungente mas nada pesado. Vou enviá-lo a uns amigos...

Anônimo disse...

Caro Elano, passe lá no http://euserimperfeito.blogspot.com/