sábado, 14 de julho de 2007

Noturna
(por Magaly Grespan)


Devagar a tinta pinta a primeira letra

Devagar, antes que eu me esqueça

E de mendigo respingue em teu corpo

Antes que meu corpo, sonolento e tonto

Caia sobre a folha branca

Indizível olhar de piedade

A olhar-me na forma que desdita

Busco abrigo, um pensamento, um grito

Na tinta que hesita

Desejos e tremores de amores já sem vida

Eis a noite esposo que me fita

Imensa extensão, escrevo o meu eu

Antes que o tempo se transforme

E da noite a amanhecência o dia tome.



para conhecer outros textos da poetisa Magaly Grespan acesse o site da revista "cronicas cariocas" - www.cronicascariocas.com.br

Um comentário:

Francci disse...

Parabéns Elano pelo excelência de manter atualizado este blog. Parabéns por (con) ceder espaço para autores tão promissores como Magaly Grespan, a nossa companheira do CrônicasCariocas.

Com carinho,
Francci Lunguinho