
(por Elano Ribeiro Baptista)
LER é o maior barato
18 de abril
Dia Nacional do Livro Infantil
O Dia Nacional do Livro Infantil é comemorado em 18 de abril porque foi nessa data, no ano de 1882, que nasceu Monteiro Lobato, criador da literatura infantil no Brasil. São dele as obras Reinações de Narizinho, Emília no país da gramática, O saci, Viagem ao céu. Nesses e em outros livros, as conhecidas e queridas personagens do Sítio do Picapau Amarelo - Pedrinho, Narizinho, a boneca Emília, Tia Nastácia e D. Benta, Visconde, Saci-Pererê, Marquês de Rabicó, a Cuca, entre outros, fazem a criançada viajar num mundo de fantásticas aventuras.
As histórias de Monteiro Lobato, dos grandes escritores nacionais e estrangeiros e toda a cultura que o homem transmite de geração a geração você encontra nos livros. É por isso que eles são tão valorizados pelos povos do mundo todo. Ler é como fazer uma viagem à terra das aventuras, à terra da ciência, à terra dos sonhos, à nossa terra.
Se pudermos conviver com livros de que gostemos, que sentimos prazer em ler; se tivermos pais, amigos, professores e bibliotecários que nos incentivem e orientem na leitura; bibliotecas públicas e escolares organizadas e em quantidade, passaremos a gostar de ler. Esse gosto representa uma grande conquista.(texto extraído do site infonet.com.br)
No meu futuro, não me importa
Se amanhã ou depois de amanhã
Quero uma caixa com flores,
Com poemas do Ferreira Gullar
E fotografias dos meus amores
Inclusive daqueles que me causaram dor
Afinal a vida é assim, amores e desamores.
No meu futuro, quero que alguém
Se lembre do meu sorriso de hoje
Dos meus passos ainda firmes
Mesmo que incertos e um pouco sem rumo
Afinal, de que valem as certezas?
O final será sempre uma grande surpresa.
No meu futuro, quero ser abraçado
Por amigos que hoje caminham ao meu lado
Que sonham meus sonhos, mesmo sabendo
Que de todo sonho se acorda e nem sempre
O despertar nos trás uma realidade serena.
No meu futuro, quero que meu filho
Leia esse poema em voz alta
Enquanto descanso minha cabeça em seu ombro
E que ele seja tão sonhador como eu sou nos dias de hoje
E que tenha muito amor, para amar como eu amo.
(por Elano Ribeiro Baptista)
“...vibro ao ouvir meu hino
e jamais usei a minha bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade...”
(trecho do poema “Sinto vergonha de mim” – Rui Barbosa)
O patriotismo do povo brasileiro é algo interessante. Geralmente, ele tem data pra começar e data pra acabar. Vamos chegar às janelas agora e olhar em volta. Alguém está vendo uma bandeira do Brasil na varanda de alguma casa? Provavelmente não, nem nas nossas próprias. Quantos de nós sabemos cantar o hino nacional de cor e salteado? Costumamos manifestar todo o nosso amor à pátria, principalmente, quando a seleção brasileira entra em campo – em especial na época de Copa do Mundo –, colocamos nosso espírito patriótico em prática e defendemos as nossas cores com muitos gritos e fogos de artifício. Em caso de vitória, faremos festa, e de peito aberto cantaremos: Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor. Mas, só se ganharmos o jogo.
Recentemente, em ocasião da visita do presidente americano ao Brasil, tivemos uma outra demonstração de “amor à pátria” - também com hora certa pra acabar –, com a população sendo convocada por algumas entidades sindicais e estudantis, para a realização de um megaprotesto contra a vinda do “senhor dono do mundo” Bush ao nosso tão amado país, com a alegação de que não queríamos esse “espectro do mal fazedor de guerras” em terras tupiniquins. Até mulher seminua enrolada na bandeira brasileira nós tivemos.
Não sou simpatizante do presidente Bush – pra dizer a verdade, há muito que não me simpatizo com político algum – e, acho válida toda e qualquer forma de protesto, desde que seja realizado de forma organizada e pacífica. Mas fazer esse escarcéu todo por causa da vinda do presidente americano em nosso país foi um pouco demais. Se já não bastasse o caos que se tornou o trânsito de São Paulo em algumas localidades por conta dessa passagem relâmpago do senhor Bush, levar milhares de pessoas às ruas para protestar com quebra-pau e corre-corre, é um ato no mínimo irresponsável. Não me venham dizer que foi uma atitude patriótica. Pichar ônibus não é sinônimo de patriotismo.
Bem, Bush já é assunto passado, foi embora sem se importar – tenho certeza – com o que pensamos dele. Mas o Brasil continua aqui, com todas as suas mazelas. E não vamos fazer nenhum protesto contra elas? Não vamos às ruas exigir do governo uma solução para a miséria que atinge grande parte de nosso povo? Não vamos nos manifestar contra os altos índices de desemprego? Não vamos pintar nossos rostos e cobrar um sistema público de saúde de qualidade, onde o paciente não tenha que ficar horas, às vezes dias, em cima de uma maca nos corredores dos hospitais, esperando pela morte? Não vamos cobrar do governo, com uma megapasseata em todas as capitais, mais segurança e uma atitude concreta contra a violência que tomou conta desse nosso belo país?
Enquanto escrevo essas linhas, na TV, o telejornal mostra uma manifestação realizada hoje (17/03) no Rio de Janeiro, organizada por integrantes do movimento Rio de Paz. Cerca de 700 cruzes foram fincadas nas areias da praia de Copacabana. Cada cruz representava uma vítima da violência no estado esse ano. Ainda no dia de hoje, aconteceu uma outra manifestação pelas vítimas da violência no Rio, promovida pelo cantor da banda Detonautas, Tico Santa Cruz. Esse protesto recebeu o nome de “Contagem de Corpos” e reuniu cerca de 30 pessoas no Centro do Rio. Parabéns a esses que se mobilizaram e foram para as ruas mostrar a insatisfação e a inconformidade com toda essa barbárie que vem manchando nossas ruas de sangue. Mas são atos isolados, com a participação de poucos, infelizmente. As centrais sindicais e estudantis deveriam deixar o presidente americano de lado e organizar ou apoiar manifestações como essas que citei acima, convocando a população para um grande grito de BASTA para a falta de ordem e progresso.
Pode ser que nosso patriotismo passageiro deva-se pelo fato de não termos motivos para demonstrar orgulho em tempo integral a esse país. Temos paisagens maravilhosas, um povo cordial e hospitaleiro, nossas praias e festas são atrativos para milhares de turistas, mas para por aí. Olhamos invejados – pelo menos eu olho – a tudo que funciona lá fora, e aqui não. Inclusive no país desse presidente, que nos causa tanta ira, tudo parece ser melhor: o sistema de saúde funciona; a educação então, nem se fala; o esporte é levado a sério; as leis são devidamente aplicadas – num caso mais recente, envolvendo personalidades, a famosa e milionária modelo Naomi Campbell está cumprindo pena limpando chão, por ter agredido sua empregada com um celular. Existem erros por lá? É claro que sim, porém, há muito mais acertos.
Acho que um dia, nós iremos acordar desse sono chamado conformismo e, aprenderemos então, que o povo pode ser forte, pode provocar mudanças drásticas na nossa política e nos nossos políticos pra lá de desacreditados. Marcharemos unidos em torno de um mesmo ideal: a busca por condições melhores de vida para todos nós, independente de classe social. Aí sim, poderemos cantar: Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.